segunda-feira, 22 de outubro de 2012


tal qual cego que nada vê
seguindo somente os instintos
qual bêbado que não percebe a direção
eu andei na contramão
de mim

atravessei os abismos que compõem quem sou
...já foi amor...
o mais puro respingar de ilusões
estilhaçados nos traços que
a gente desfez...

passou a nossa vez...
a estação correta ficou para trás
voltar?
não dá mais
eu me tornei uma estranha
para o nosso “sentir”

então
como explicar essas lágrimas turvando minha visão
esse bater pesado do coração
que insiste em perguntar
acabou??

Onde foi que a gente errou?
nos traços mal feitos
nos encontros que não mais tocaram
minha essência
resumindo-se à carência do que nem sei...

...lábios estranhos beijei...

e me intimidei com tamanha isenção
de querer...

foi sempre você
e agora o que faço com esse vazio
em meu peito?

O que digo para as perguntas que não querem calar...
Eu queria te abraçar e ter certeza
De novo do “nós”
Mas
O você que já foi parte de mim
Tal qual fumaça num dia nublado
Como pingo de chuva
No meio de um lago
Perdeu-se na imensidão do meu sofrimento
Do meu lamento cansado
De tanto esperar que um dia viesses...
Tu
Que já fostes o inteiro teor de
Minhas preces...
Decidistes apenas...partir...

Deixando-me ferida de morte
À sorte de mim

Foi assim...
Que em um dia qualquer
Queixando-se de tanta dor
Minha alma encontrou um bálsamo
Uma fuga para tão pungente sofrimento

Como se fora criança
Querendo um colo encontrar
Amparou a tristeza em um abraço
Firmou um laço
Que se fortaleceu

Então olhes para mim
E me convença que ainda há solução
É que meu coração
Tem tanto medo desse querer...
à guisa daquela intempestiva mulher
Sedenta de “ser”
Somente para estar
...com  vc...

Eu me perdi...

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